Sexta-Feira - Dia 30 de Julho

A partida para a ilha do sol

O Clube Motard de São Miguel organizou uma vez mais uma belíssima actividade, que consistia numa viagem de barco à ilha do sol, ou seja, a Santa Maria.
Esta viagem já é uma actividade com alguma tradição no Clube e que costuma a registar uma boa adesão de sócios e simpatizantes, dado que as deslocações a esta ilha são sempre muito agradáveis, além de constituir uma excelente oportunidade para uma escpadinha de São Miguel, ou melhor dizendo, "vá para fora cá dentro"
Para este ano, o panorama era idêntico a outros anos, ou seja, foi apresentado um pacote, que incluia a viagem, mais o transporte de barco (incluindo motas), alojamento e algumas refeições, sendo apenas necessário aos sócios e simpatizantes efectuarem as reservas, situação que não demorou muito a concretizar-se.
O grupo este ano não era muito numeroso, mas mais que suficiente para os objectivos da viagem, ou seja, muita alegria, descontracção, companheirismo e nada de complicações.
E o grupo era nada mais nada menos que EU, a Carla, o Ernesto e família, O André e família, o Horácio "Flecha" e Salomé, o Nuno, o Emanuel e a Maria e o João e esposa.
O ponto de encontro foi na sede do CMSM, onde já reinava um ambiente de alegria e alguma ansiedade







Alguns dos estreantes nesta actividade foram Eu e a Carla.
O nosso entusiasmo era muito, especialmente por termos a oportunidade de fazermos parte de um grupo de pessoas por quem temos muita consideração e carinho.



Infelizmente, alguns elementos habituais nestas andanças não puderam participar nesta actividade, como foi o caso do Raposo, mas não deixaram de comparecer na partida, para animar e incentivar os estreantes neste tipo de actividade do Clube.
O nosso Raposo com um ar de férias...





As motas estavam todas mínimamente preparadas para a viagem a realizar e dava gosto olhar para as nossas "meninas" devidamente equipadas.
Uma boa oportunidade para dar uso ao material de viagem, como as malas laterais.



Vamos lá ver se a próxima vez que usar estas malas em viagem será num Portugal de Lés-a-Lés ou Marrocos...



Grupo reunido, motas abastecidas e documentos verificados, era hora de partir para o local de embarque, situado no bonito porto de embarque nas Portas do Mar, em Ponta Delgada.











E lá fomos nós cheios de entusiasmo!



Chegada às Portas do Mar:



Se é para sair da ilha e ir andar de mota para outro lado, o "Flecha" está sempre pronto e bem disposto!



No porto de embarque, tivemos que esperar pela hora do embarque e passar pela verificação documental.
Processo que se desenrolou de forma rápida e sem complicações.





Infelizmente, o André não pude ir de mota, mas não deixou de nos acompanhar na sua mota de "4 rodas".
A sua presença é sempre uma mais valia, pois a sua boa disposição é sempre contagiante.



A nossa primeira viagem de muitas...



O barco que nos ia levar a Santa Maria:



O tempo de espera para embarque foi muito pouco e em poucos minutos iniciamos o embarque das motas para o porão do barco.
De salientar a simpatia do staff pertencente à transportadora Atlânticoline, os quais acederam ao nosso pedido e autorizaram as motas a embarcar em 1º lugar
E pronto, entramos para o porão do barco e íniciamos o processo de estacionamento das motas em lugar próprio, assim como amarrar as mesmas através de cintas, de forma a garantir que as mesmas não tombam durante a viagem.



Saliento o papél do Ernesto enquanto Presidente e organizador, ou seja, sempre preocupado com todos, sempre pronto a ajudar e a esclarecer e, mais importante, sempre bem disposto.



O André não veio de mota, mas não se livrou de ajudar o pessoal a amarrar as motas.





"Ready To Race" in Santa Maria



O pessoal não brincou em serviço e as motas estavam bem amarradinhas, prontas para enfrentar uma tempestade no mar...



Posto isto, subimos para a zona de passageiros, onde as condições eram mais que suficientes para viagens inter-ilhas.
Contudo, seria muito importante e conveniente estas condições melhorarem, pois estão longe do ideal e os Açorianos merecem melhor...







São Miguel ficava para trás...



A viagem de barco até Santa maria decorreu sem qualquer tipo de problemas, ou seja, o estado do mar permitiu uma viagem calma, segura e sem abanões significativos.
Durante a viagem nem sempre todos os elementos do grupo revelaram veia de Marinheiro e acabou por acontecer um enjoo ou outro
Uma situação normal numa viagem de barco, onde Eu, por exemplo, passei por uma crise de suores frios...
Após 2 horas de viagem, eis que era a hora de desembarcar em Santa Maria, no terminal de passageiros de Vila do Porto.



Assim que saímos do interior do barco, estacionamos na zona industrial do porto de embarque, onde já nos esperavam membros do Clube Motard de Santa Maria, os quais são sempre excelentes anfitriões





Durante a nossa estadia em Santa Maria, o Clube Motard de Santa Maria já tinha programado connosco alguns passeios, bem como algumas patuscadas, que os Marienses tão bem sabem organizar.
Como sempre, foram super simpáticos e alguns elementos escoltaram-nos até ao hótel.





Check-in no Hótel Colombo:



Mas a noite não terminou por aqui...
Após o check-in, saímos do hótel e fomos até à Praia Formosa, para aproveitar um pouco a excelente noite de Verão que estava e para o pessoal jantar qualquer coisa.



O Ernesto fez de tudo para nos guiar devidamente em Santa Maria



Claro que a viagem nocturna até à Praia Formosa não deu para ver nada de especial da ilha, mas deu para perceber que esta ilha possuía mais curvas que São Miguel e que os acessos eram super simples e directos.
Digamos que não dá para nos perdermos!
Chegados à Praia Formosa, a animação era muita, pois era sexta-feira e estava a decorrer a inauguração de um novo bar, o Beach Parque, que juntou muitos curiosos.



Mas o que o pessoal queria era comer qualquer coisa e não tardou nada até "atacarem" uma tasquinha de comida rápida, onde as sandes de carne assada estavam estavam a fazer sucesso.
Depois seguiram-se momentos de boa disposição e conversas muito animadas e até encontramos mais caras conhecidas, os quais também lá estavam de viagem, como o Victór Rodirgues da SRMOTO (concessionário KTM), o qual na companhia de outros amigos, tinham efectuado uma viagem de mota de água de São Miguel a Santa Maria, em apenas 3 horas.
Grandes malucos!!!



Depois foi tempo de rumar novamente ao hótel, para um mercido descanso, visto que no dia seguinte esperava-nos pequenas aventuras pela ilha.

CONTINUA...

CONTINUAÇÃO

Sábado - Dia 31 de Julho

Explorando Santa Maria e churrascada brutal

NO nosso 1º dia em Santa Maria, esperava-nos algumas voltas pela ilha e um almoço na casa do Presidente do Clube Motard de Santa Maria, o Soares.
Mas antes demais, o pessoal começou por despertar com um bom pequeno almoço no hotel Colombo.
A boa disposição já reinava logo pela manhã:









No exterior, esperava-nos um dia um pouco encoberto, levantando algumas suspeitas quanto ao aparecimento de chuva.
Contudo, estamos na ilha mais solarenga do Arquipélago dos Açores. Portanto, não seria de estranhar que este dia se tornasse num bonito dia de sol.



Após o pequeno almoço, era tempo de montar as "meninas" e partir à descoberta!



No meu caso em particular e da Carla, era a nossa 1ª vez na ilha de Santa Maria e havia uma natural curiosidade em explorar um pouco a ilha aos comandos das nossas motas.
Juntamo-nos ao Emanuel e esposa e partimos à descoberta da ilha, deixando para trás o restante pessoal do grupo, os quais já conheciam a ilha de fio a pavio, com excepção feita ao Nuno, que ao que parece não acordou...





Uma grande vantagem desta voltinha matinal foi o facto do Emanuel conhecer muito bem Santa Maria.
Por isso esperava-nos uma voltinha turística guiada por alguns locais mais marcantes e interessantes da ilha.
O nosso passeio começou por uma pequena passagem nas ruas principais, onde verificamos que o quotidiano dos Marienses se pautava por uma grande calma e serenidade, a par de muitos olhares curiosos aquando da nossa passagem.
Como se trata de uma ilha pequena, é fácil identificar pessoas e motas novas na ilha.



Santa Maria situa-se no extremo sudoeste do Arquipélago dos Açores, fazendo parte do grupo Oriental e possui uma superfície de 97,4 km².
Esta é uma ilha envolta em algum mistério, ou seja, alguns historiadores defendem que esta foi a 1º ilha do Arquipélago onde os navegadores Portugueses desembarcaram, entre 1427 e 1432, pelo navegador Português Diogo Silves.
Cristóvão Colombo escalou na ilha no regresso da sua primeira viagem à América (Fevereiro de 1493).
Contudo, esta foi a 1ª ilha a ser povoada e até aos dias de hoje conheceu vários acontecimentos que marcaram a sua história enquanto ilha, como os ataques de corsários Franceses, piratas, Turcos e Mouros no século XVI-XVII, visita régia de D. carlos e Dona Amélia, eleição da 1ª Câmara Republicana do Arquipélago e a construcção do seu aeroporto através dos militares Americanos e posterior abertura ao tráfego Nacional e Internacional.
Acontecimentos que marcaram a passagem do século XX nesta ilha.
Nos dias de hoje, ou seja, século XXI, Santa Maria recebeu uma base de rastreio de foguetões da Agênia Espacial Europeia (ESA) e continua a ser uma das ilhas mais procuradas dos Açores para umas férias tranquilas e com muito sol, já para não falar do grande evento musical de Verão, a Maré de Agosto, que muitas pessoas mobiliza para esta ilha, especialmente jovens.
Em suma, com uma população com mais de 5.000 habitantes, Santa Maria é uma ilha a não perder e que merecia toda a nossa atenção.

A nossa 1ª paragem foi no Forte de São Brás:



Este forte foi construído no século XVI, aquando do domínio Filipino e constituía uma forma de defesa para a vila.



De salientar a presença de um obelisco, erigido em homenagem ao Comandante Carvalho Araújo.



Um local que respira história e que nos remete para o nosso imaginário, onde a presença dos canhões nos catapultam para cenários de caravelas, corsários, batalhas, etc.



O Emanuel e o seu instinto de defesa...



Olhó passarinho...





A vista que este Forte nos oferece é simplesmente soberba, ou seja, sobre a baía da Vila do Porto, porta de entrada marítima da ilha:





Depois do Forte de São Brás, seguiram-se mais alguns kms pelas ruas da ilha, sempre a um ritmo calmo, bem ao jeito da ilha em si.
Santa Maria é de facto um destino relaxante e sem qualquer tipo de agitação.
Ideal para que procura sôssego e tranquilidade



Um aspecto curioso desta ilha é a cor da terra da mesma, ou seja, vermelho:

Esta ilha é a única ilha dos Açores que não é vulcânica e é a ilha que possui o clima mais seco de todo o aqruipélago, não sendo de estranhar as diferenças morfológicas existentes.
Passagem pelo Aeroporto, com uma vista curiosa, a torre de controle antiga e a nova torre:



Passagem pelo famoso Clube Asas do Atlântico, clube muito procurado pelos locais:



Junto ao Aeroporto encontra-se em exposição um antigo avião de combate, constituindo um ponto priveligiado para a fotografia:





Uma rotunda muito curiosa, com uma espécie de zona de controle, a que muitos apelidaram de açucareiro, dada a sua familiaridade com este objecto.
Penso que esta era uma zona controlada por militares, daí esta espécie de "casinha" de controle.



Contudo, já era hora de regressar ao hotel, visto que tinhamos que nos juntar ao restante grupo, para depois rumarmos até à casa do Presidente do Clube Motard de Santa Maria, o Soares, para lá almoçarmos.
Mas no hotel ainda havia quem estivesse a disfrutar da piscina e não estivesse com pressa de sair, como foi o caso da filha do Ernesto:



O animal de estimação do hotel:



E um exemplar de uma espécie em vias de extinção, denominado de Emanuelus V-Stromus



Quando se trata de almoço oferecido, a malta junta-se rapidamente:



Ó Emanuel, não estás enganado???



A caminho da casa do Soares, situada nas Lagoinhas:





Como se tratava de um almoço para muitas pessoas, decidimos não arriscar e abastecemos os veículos de apoio com mantimentos:





As estradas Marienses estavam a ser do nosso agrado, apresentando-se limpas e muitas vezes cobertas por árvores, tornando a nossa viagem agradável e fresca.

E eis que chegamos à casa do Soares, onde fomos recebidos em ambiente familiar





O nosso amigo Soares é um priveligiado, pois a sua casa possui uma vista magnífica sobre a costa.
Deve ser um prazer acordar todos os dias com uma vista destas



A casa do Soares era muito acolhedora e simpática e possuía em exposição vários artefactos de um passado não muito distante:



Hehehe..., Ernesto, acho que é a tua medida



Gostei especialmente deste capacete, que muito me lembrou o pessoal que alguns anos atrás circulava nas estradas regionais com as suas Zundapp, Famel, Sachs, entre outras:



O Soares já tinha começado os preparativos para o churrasco e a coisa parecia que prometia...



Albacora no churrasco e feita à moda dos Marienses:



Entretanto, as senhoras iam ajudando naquilo que podiam e preparavam a salada e mesa para o almoço.





Mas enquanto o almoço não ficava pronto, Eu, a carla e o Nuno fomos explorar o "quintal" do Soares, onde parecia que nos aguardava uma vista fantástica no cimo de uma pequena montanha.



E não estavamos enganados, no cimo da pequena montanha conseguimos ver ao longe os contornos da ilha vizinha, ou seja, São Miguel:



Não conseguem ver???
Ora bem, vejam um pouco mais ao perto



Uma vista fabulosa!!!
Mas havia mais para deliciar os nossos olhos...



A pequena praia que existe nesta encosta nem sempre está disponível, ou seja, nem todos os anos o mar deixa-a descoberta.
Um fenómeno no mínimo interessante.
Se não estou em erro, apenas possui acesso por mar.



Eu e a minha cara metade



E o Nuno a fazer-nos companhia:



Aqui é tudo mais seco, sendo notório em algumas zonas de pastagem:



Mas já cheirava a churrasco e regressamos antes que a comida desaparecesse.



Já faltava pouco para ficar pronto..., ui, só de olhar e lembrar o sabor fico com fome!!!



O pai do Ernesto nas suas palavras cruzadas:



Um Mariense algo radical...



E era chegada a hora mais esperada do dia, ALMOÇO!!!

Bem, o almoço foi um autêntico manjar dos deuses, com a albacora a ser o prato mais procurado, pois estava com um sabor divinal, nunca comi outra que soubesse tão bem como esta



Dizem os Marienses que o segredo está nas águas de Santa Maria e no tempero do Soares.
Seja como for, nunca mais me esqueço deste almoço, principalmente da albacora, que foi de comer e chorar por mais
Não faltou nada, o Soares recebeu-nos como ninguém.





A alegria durante o jantar foi muita não faltaram muitas histórias para contar, incluindo as muitas histórias de um Micaelense radicado em Santa Maria à muitos anos.
Um senhor com muitas histórias de vida e que não deixaram de prender a atenção de todos, especialmente pelo seu sentido de humor, simplicidade e simpatia.



No coments...



Para sobremesa nada melhor que uma meloa de Santa Maria, com a sua típica cor alaranjada e de sabor..., bem, querem mesmo saber???
Era muito boa!!!



E alguns biscoitos locais, como os famosos biscoitos de orelha:





O nosso amigo Soares estava com um problema no portão de garagem, ou seja, o mecanismo não estava a funcionar devidamente.
Os Micaelenses como grandes engenheiros que são, colocaram as mãos à obra, mas não resolveram nada, acho que só pioraram...



No exterior, o Emanuel divertia-se a fazer um "xuning" à minha KTM



Após esta grande churrascada, era tempo do pessoal fazer-se à estrada, para mais algumas voltas pela ilha, pois ainda havia alguns locais de grande interesse para conhecer.







Pequena paragem junto à igreja de santo Espírito, para o outro Motociclista Mariense juntar-se ao grupo.



Não, não era nesta mota que ele ia



Ninguém lhe resistiu:



O Emanuel é que não negou uma pequena voltinha num carro de ralis "pirata":



Quase que não cabia no interior:



E finalmente o nosso amigo a juntar-se a nós com a sua Hornet "wanna be KTM"

O nosso passeio seguiu em direcção às localidades da Maia e Anjos, sendo este alguns dos lugares de veraneio da ilha e onde podemos encontrar piscinas naturais de águas transparentes, formadas por rochedos.
Algumas destas zonas são consideradas reservas naturais.





Ao longe o faról Gonçalo Velho Cabral, na Maia:









Zona de banhos dos Anjos:



Muitas zonas com as referidas piscinas naturais:



Poucos kms adiante, paragem obrigatória na cascata da Maia:



Um rochedo impressionante, desenhado numa zona muito rochosa da ilha e que possui uma queda de água.
Uma vista impressionante e muito bonita



Numa das laterais deste rochedo, são vísiveis áreas que parecem ter sido em tempos zonas de vinha:



Existe um pequeno acesso até junto da cascata e, pelo caminho, somos brindados com a presença de alguns patos.







Um local que merece a nossa visita











Claro que a foto junto a uma beleza destas é sempre inevitável:











Esta cascata vai desaguar ao mar:

De regresso à estrada, com destino ao faról Gonçalo Velho Cabral, para apreciar a vista.







Um antigo porto de pescas, que podia muito bem ser aproveitado como zona balnear natural.



A vista que somos brindados através do faról é magnífica!!!





A FZ6 da Carla a desempenhar papél de turística.
Esta mota nunca mais será a mesma...



Para a noite, estava reservado uma deslocação a uma Festa do Espírito Santo, mais concretamente às famosas sopas do Espírito Santo de Santa Maria.
Contudo, o nosso regresso ao hotel não foi pacífico, ou seja, as condições meteorológicas mudaram muito em poucas horas e fomos assaltados por muito nevoeiro e chuva, que nos causaram algumas dificuldades.
Nada de sério, mas incomodou um pouco a nossa progressão na estrada.
Uma curiosidade, pelo caminho passamos por uma localidade com um nome interessante, "Terras do Raposo".
Lembrei-me de imediato do nosso amigo Raposo, que ficou em São Miguel, roendo-se por não ir.
Fica aqui a minha lembrança para ele.



O grupo de novo reunido e pronto para rumar para as sopas do Espírito Santo, acompanhados por membros do Clube Motard de Santa Maria, que estavam a ser incansáveis com este grupo de Micaelenses.





Mas havia um pequeno inconveniente, as condições meteorológicas continuavam a apresentar-se adversas, com nuvens no céu algo cinzentas e um pequeno orvalho no ar.
Parecia que a coisa poderia piorar e até chegamos a por em causa a nossa deslocação através de mota.
Mas chuva civil não molha Motociclista e o pessoal encheu-se de coragem e fez-se à estrada de mota
O Soares e a sua Varadero foram os nossos guias e, para nossa sorte, o tempo não piorou e até melhorou. Espectáculo!
Chegados ao local, a presença de locais era muita, todos com o objectivo de provar as sopas das Festas do Espírito Santo.



A origem das Festas do Espírito Santo está intimamente ligada à acção caritativa da Raínha Isabel, no século XIV e ainda mantém-se vivas em Santa Maria.
Estas festas caracterizam-se por uma série de tradições, que vão desde a coroação do chamado Imperador, as sopas e carne do império, a procissão, etc, tudo carregado de uma grande devoção religiosa, que caracteriza muito os Marienses e Açorianos em geral
No caso das sopas, as mesmas são gratuitas e, antigamente, tinham como objectivo alimentar as populações locais, especialmente as famílias mais carenciadas.
Hoje em dia e apesar dos tempos, o carácter de solidariedade mantém-se, o que é de salutar.
Preparando as sopas, tudo num ambiente caseiro e à antiga:





Após uns largos minutos de espera, era chegada a nossa hora de entrar, ou seja, em Santa Maria as sopas possuem algumas diferenças para, por exemplo, Saõ Miguel, é disponibilizada uma sala de refeições, as pessoas fazem fila e apenas entra a quantidade certa para preencher todos os lugares disponíveis.
Servem-se as sopas e vinho e só após todos terem terminado as mesmas e só após voltarem a colocar a mesa pronta para outros comerem, é que nos levantamos da mesa e saímos, mas não sem antes todos exclamarem em voz alta "VIVA O IMPERADOR"!.
Na prática todos comem, só que faseadamente, pois não há lugares suficientes para todos comerem ao mesmo tempo.
O curioso é que apesar do tempo de espera, ninguém perde estas sopas por nada deste mundo.









Bem, o que podemos dizer das sopas???
DELICIOSAS!!!
Valeu a pena o tempo de espera e se tivessemos que esperar novamente, não haveria qualquer problema.
Os Marienses sabem bem o que fazem e fazem-no bem, sempre num grande espírito de festa e com muita simpatia e alegria à mistura.
Condimentos essenciais a qualquer festa de carácter popular.



Depois das sopas, o pessoal fez-se à estrada, com o objectivo de ir participar em mais uma Festa do Espírito Santo, mas desta vez noutra freguesia.
O percurso escolhido voltou a recair nas estradas sinuosas de montanha desta ilha, mas que aquela hora da noite não forma muito agradáveis de fazer, devido à iluminação praticamente inexistente.
Tenho que, definitivamente, instalar um kit de xenon na minha mota.
E a chegada a outra festa:





Ficamos algum tempo nesta simpática festa, tomou-se mais um copo ou outro, um geladinho, enfim, o pessoal estava completamente descontraído e animado neste ambiente de festa à moda dos Marienses.
Mas era chegada a hora de regressar ao hotel, para um merecido descanso, porque no Domingo, que era o 3º e último dia desta viagem, ainda nos esperava mais uma actividade, uma churrascada na reserva florestal de recreio das Fontinhas.
Estes Marienses são de uma hospitalidade fora de série!

CONTINUA...

Essas fotos da patuscada deram cabo de mim!

CONTINUAÇÃO

Domingo - Dia 1 de Agosto

Convívio com o Clube Motard de Santa Maria e a despedida

Para o nosso 3º e último dia de estadia em Santa Maria, estava reservado um convívio com membros do Clube Motard de Santa Maria, a par de mais um animado passeio pela ilha com os mesmos.
Apesar de ser o nosso último dia na chamada ilha do sol, o pessoal amanheceu bem disposto e prontos para as curvas do dia.





No exterior, aguardava-se a chegada de todos os elementos do grupo, para assim irmos de encontro aos nossos grandes amigos Motociclistas Marienses.



A Carla a pensar, "então, vamos fazer kms ou não?"



O incansável comandante das tropas Micaelenses



Enquanto não partimos, põe-se a conversa em dia, fala-se de motas, treina-se os dotes maternais, etc, etc.



À hora combinada, o pessoal arrancou em direcção à marina da Vila do Porto, onde lá já nos aguardavam elementos do Clube Motard de Santa Maria:



Motociclistas muito simpáticos e acolhedores!





Antes da partida do nosso passeio, confraterniza-se um pouco ao sabor de um cafézinho.





Grupo reunido, motores quentes, equipamento vestido e lá fomos todos em caravana pelas estradas Marienses.

A 1ª paragem do passeio foi na futura sede do Clube Motard de Santa Maria, que se situava nada mais nada menos no Forte de São Brás, numa casa que lá existe.





Esta casa que se encontra no Forte de São Brás foi em tempos utilizada para vários fins, só que ao que parece os mesmos nunca vingaram.
Mas através dos meios que só o Soares e companhia sabem, conseguiram que esta casa fosse cedida para sede do Clube do seu coração.
Neste momento a futura sede encontra-se em fase final de remodelação, sendo já vísivel o amplo espaço de que vão dispôr para os seus encontros.







A zona do WC possuía uma pintura muito engraçada e sugestiva...



O espaço exterior, pertencente ao Forte, possui uma ampla zona de estacionamento para as motas, já para não falar da magnífica vista que vão ter sobre a marina da Vila do Porto.
Que sortudos!!!





Da parte do clube Motard de São Miguel, desejos de muita sorte para a nova sede e que seja o palco de eleição dos Motociclistas Marienses e ponto de partida para muitos passeios e aventuras.
Após esta visita, voltamos à estrada para realizar mais alguns kms nas bonitas estradas da ilha.
Por onde a caravana passava, despertava, naturalmente, a curiosidade dos locais, pois o número de motas presentes era significativo e bonito de se ver.





Pequena paragem para mais 2 dedos de conversa...







De regresso à estrada, onde as estradas deste lado da ilha apresentavam características que nos lembravam a ilha de São Miguel, ou seja, fortemente arborizadas e muito verdejantes.
Houve certas zonas que me lembrava a estrada que desce para as Furnas.
Estava-mos a adorar o percurso escolhido pelo Clube Motard de Santa Maria!

A nossa próxima paragem foi no Pico Alto, zona montanhosa e de grande beleza paisagística.











O Pico Alto possui o seu ponto mais elevado a cerca de 590 metros de altitude do nível do mar e é uma zona que, devido à sua altitude, leva ao surgimento de muita humidade e muitas formações de nuvens, mas que não deixam de revelar um cenário de grande beleza natural, onde o verde é a cor dominante.
Também foi pico alto que a 8 de Fevereiro de 1989 se despenhou um avião do tipo Boeing 707 331B da Independent Air, vitimando 137 passageiros e 7 membros da tripulação, provocando um total de 144 vítimas sem que existissem sobrevivente.
É actualmente o maior desastre aereo em Portugal e existe um monumento a lembrar o sucedido nesta zona, com a inscrição de todas as vítimas deste trágico acidente.



Mas falemos de coisas bem melhores!
A vista que o Pico Alto oferece é simplesmente maravilhosa, onde apenas o nevoeiro não nos deixou ver a grandiosidade da paisagem, enconbrindo grande parte da mesma.





As meninas a embelezarem ainda mais a paisagem:



Após esta paragem mais prolongada, o próxima destino teria como objectivo paragem para almoço convívio, na reserva florestal de recreio das Fontinhas.





Seja em Santa Maria, São Miguel ou outra ilha qualquer do Arquipélago, as vaquinhas são sempre uma presença quase certa numa qualquer estrada ou acesso.

O

O ritmo de passeio foi moderado e sempre oportuno para umas boas fotografias e, sem que dessemos por isso, já estavamos na reserva florestal de recreio das Fontinhas.



Esta reserva localiza-se na freguesia de Santo Espírito, Concelho de Vila do porto e possui uma área de 3 ha e está situada a uma altitude de cerca de 250 metros.





A reserva conta com passeios pedestres e diversas espécies de flora, que pontuam a verdejante paisagem, sendo muito visualmente muito agradável e relaxante.
Também estão contemplados nesta reserva zonas específicas para refeições, onde é possível realizar churrascos, num ambiente de pura envolvência com a natureza.
Uma zona de grande beleza e serenidade e onde se nota grande cuidado na manutenção da mesma.

O pessoal do Clube Motard de Santa Maria não brinca em serviço e começaram de imediato a tratar do almoço.
Adivinhem o quê???
CHURRASCO!!!





O restante pessoal ia se entretendo com passeios pelo parque e conversas super animadas com os presentes.





Ou então voltavam aos tempos de meninice:





Como é bom estar sentado e não fazer nada...







As pessoas de Santa Maria, em particular do Clube Motard de Santa Maria, estavam a ser de uma simpatia enorme com todos nós e fizeram de tudo para que nos sentíssemos em casa e bem recebidos.
Este almoço foi mais um exemplo disto, onde não faltou nada!











O Emanuel a dar outro tipo de uso às meloas de Santa Maria:



Este rapaz é impagável!
Após o almoço, tempo para mais alguns diálogos animados e para fortalecer ainda mais a amizade com os Marienses.

Parece-me que estes dois vão fazer tráfego de meloa de Santa Maria...



E a foto de grupo, para mais tarde recordar com muito carinho:





Depois de um almoço super delicioso como este, apetece deitar à sombra de uma das grandes árvores desta reserva e dormir um sono de beleza.
Mas não, o melhor mesmo era aproveitar o resto do nosso último dia em Santa Maria e realizar mais alguns kms pela ilha, na companhia dos nossos companheiros de estrada Marienses.
Assim sendo, voltamos passar pela Cascata da Maia, para mais algumas fotos em grupo:







Ernesto, Presidente do Clube Motard de São Miguel e a sua inseparável Deauville:





Que lindos:



Mais alguns kms, mas desta vez com a presença de alguma chuva, mas nada de sério.





Mais uma pequena paragem:

E chegada à praia Formosa, onde já nos restava muito tempo nesta bonita ilha.











O rei está vivo e está em Santa Maria:



O sentimento já era de despedida e de algumas saudades, pois a nossa estadia foi 5 estrelas e sentimo-nos sempre bem-vindos.



Mas antes de nos dirigir-mos para o porto de embarque, houve tempo para uma paragem para compra de meloas de Santa Maria, que são uma fruta imperdível nestas paragens.



Quanto a mim e à Carla, satisfação e felicidade total pela realização da 1ª viagem em conjunto.
Actividades e momentos como estes ganham um sentido mais profundo quando partilhados e realizados com a nossa cara metade.





Chegada à marina da Vila do Porto e últimos momentos com o pessoal do Clube Motard de Santa Maria:

E, por fim, hora de embarque para São Miguel e despedida dos nosso GRANDES amigos de estrada, que tão bem nos receberam.
Na despedida ficaram os agradecimentos e o convite feito a este Clube para participarem na actividade volta à ilha, realizada pelo Clube Motard de São Miguel.



Bora lá embarcar...





No interior do barco, os procedimentos do costume, mas já sem o entusiasmo inicial...





Não há abanão que mexa com estas motas:



E, com muita pena nossa, apesar de necessário, deixamos Santa Maria para trás:







Uma viagem que ficará para sempre na memória de todos nós...



Aos poucos, Santa Maria começava a ficar cada vez mais distante, restando-nos apenas saborar estes últimos momentos contemplando a beleza da costa da ilha.





E assim terminava a nossa viagem à ilha do sol, ou seja, com um bonito por do sol:



O pessoal aproveitou para descansar um pouco durante a viagem de barco, pois o fim-de-semana tinha sido bem aproveitado e o cansaço fazia-se sentir um pouco.



Desembarque nas Portas do Mar e rumo a casa.



E assim terminou a deslocação do Clube Motard de São Miguel à ilha de Santa MAria.
Antes das palavras finais, deixo-vos com o mapa com os percursos efectuados em Santa Maria:



Em jeito de conclusão, pode-se afirmar com toda a certeza que a viagem a Santa Maria foi um grande sucesso, quer pela organização em si, quer pelas pessoas que nesta actividade participaram.
A nossa deslocação foi inesquecível e valeu bem a pena, pois Santa Maria é uma ilha com atractivos mais que suficientes para tornar qualquer deslocação num grande momento de prazer e único nas nossas vidas.
Desde a tranquilidade e serenidade que lá se vive, às bonitas e pitorescas freguesias, paisagens e miradouros de grande beleza natural, até à populaçã local, tudo foi do agrado de todos e ficou no ar a vontade de regressar numa próxima oportunidade.
Apesar de ter ficado alguns locais por conhecer, valeu bem a pena esta viagem.
Palavras finais para o Clube Motard de Santa Maria e todo o seu pessoal, com especial destaque para o Presidente, o Soares.
Foram pessoas impecáveis em todos os sentidos, pois acolheram-nos de uma forma muito familiar, com muita simpatia, companheirismo e vontade de nos agradar.
Destaco os almoços, que foram qualquer coisa de espectacular, especialmente a albacora que o Soares nos preparou.
Digamos que andaram connosco ao colo e mais não podiam fazer
A eles todos, o nosso MUITO OBRIGADO por tudo e cá os aguardamos para as suas deslocações
Também desejos de muita sorte e grandes momentos na sua futura sede, porque bem merecem.
Para os que não participaram nesta actividade, já sabem, ficaram a perder...
Para o ano há mais!

Boas Curvas!

Mais um grande relato Bruno
Sempre altas fotos e com uns petiscos bem à maneira