Ter a mota a circular em condições não significa ter apenas as revisões em dia, também é preciso dispensar alguma atenção na sua limpeza e lubrificação.
Uma das zonas que acumula muita sujidade e que normalmente nos esquecemos, é a zona do pinhão de ataque, a qual está, normalmente, fechada/coberta por uma tampa, que se encontra lá por razões de segurança e evita que fiquemos sujos de óleo de corrente e outro tipo de sujidade.
Esta é uma zona que merece a nossa atenção em termos de limpeza e passados algumas semanas, ou mesmo meses sem limpeza, acumula detritos vindos do óleo de corrente e outras impurezas que se colam ao óleo de corrente, como a terra.
Por conseguinte, decidi colocar mãos à obra e relatar esta experiência, a qual poderá ser muito útil a todos, em particular aos possuidores de uma Suzuki V-Strom 650.
Antes de começar a desmontagem da tampa, é importante reunir o material necessário. Para a V-Strom 650, reuni um desengordurante poderoso e, caso não possuam (como foi o meu caso), o WD40 ou semelhante, dá perfeitamente para o serviço, um roquete e papél de limpeza. Em alternativa podem usar um pano, mas como o tipo de sujidade está essencialmente relacionado com óleo, mais vale a pena usar papél de limpeza descartável.
No caso da V-Strom 650, podem usar o roquete associado a uma chave de caixa número 8, ou podem usar um acessório que normalmente vem nas caixas de roquete, que faz um formato em “T”, o qual acho muito mais prático para esta situação.
Após ter a ferramenta necessária reunida, inicei a desmontagem da tampa, a qual encontra-se segura por 3 parafusos, os quais estão acessíveis.
Retirando o primeiro parafuso:
Os próximos 2 parafusos encontram-se na zona inferior da tampa:
O 3º parafuso possui uma localização mais incómoda, dado que para o retirarmos temos o pousa-pé a dificultar a operação de rotação da ferramenta
Mas não há nada que não se resolva!
Arranja-se uma corda ou qualquer coisa do género, para puxar o pusa-pé para trás e assim facilitar esta operação. A mola que o pousa-pé possui possibilita este movimento:
Assim já é mais fácil retirar o último parafuso
Com a tampa desmontada, o cenário que encontramos numa V-Strom 650 é este:
Vemos o pinhão de ataque, a corrente, o mecanismo da embraiagem e, aparentemente, está tudo limpo. Mas as aparências enganam:
A sujidade está lá, a qual está sob a forma de uma massa formada pela acumulação de óleo de corrente e terra:
E o interior da tampa? Também não está em melhor estado
:
Agora começa a parte menos divertida, limpar esta sujidade
Tal como referi acima, é necessário ter um desengordurante poderoso, mas como não tinha mais nada além do WD40, o mesmo serviu na perfeição. Aliás, o WD40 limpa muito bem qualquer superfície com sujidade de óleo.
Não é preciso esfregar muito ou perder muito tempo para que o papél revele toda a sujidade que se encontra nesta zona. E ainda ia no ínicio…
Após uns bons minutos de limpeza e de uns quantos papéis de limpeza gastos, a sujidade começou a desaparecer aos poucos e esta zona começou a ficar com um ar mais cuidado. É uma tarefa um pouco aborrecida e que requer alguma paciência, mas com uma musiquinha de fundo o tempo passa mais rápido
Vejam a diferença, antes:
Depois:
E a tampa? Ficou um espectáculo!
A zona do pinhão de ataque ficou com melhor aspecto:
Se repararem, em frente ao pinhão de ataque está o mecanismo da embraiagem, o qual possui uma mola, um mecanismo que faz uma rotação quando se aperta a embraiagem e vê-se parte do cabo da embraiagem.
Quem desejar, pode lubrificar estas partes com WD40 (ou outro) ou mesmo optar por colocar um pouco de massa consistente, a qual creio que terá um efeito mais prolongado e eficaz, pois esta é uma zona que apanha de tudo.
Claro que a massa consistente poderá ajudar a acumular mais sujidade, mas voltamos à história do ínicio, esta é uma zona que deverá ser limpa lá de vez em quando :mrgreen:
Então toca a besuntar estas zonas
E após esta lubrificação, terminamos a limpeza desta zona, ficando com um aspecto impecável.
Contudo, no caso das V-Strom com alguns anos, existem partes que acabam por ficar com nódoas escuras, provocadas pela acumulação de sujidade. Estas nódoas saem, mas exige um produto de limpar metais e muita força nos dedos para esfregar.
No meu caso e como esta é uma zona que não está exposta, mas sim coberta, optei por terminar esta tarefa com a montagem da tampa
Não se esqueçam de apertar bem os parafusos
Ter atenção ao parafuso inferior esquerdo, o qual deverá apertar, também, o mecanismo que prende o cabo do sensor do descanso lateral:
E termina assim a limpeza da tampa e zona circundante do pinhão de ataque.
No caso da minha mota, esta zona não se encontrava muito suja, porque tinha-a limpo à pouco tempo. Mas se deixar-mos passar algumas semanas ou meses sem limpar e, se neste período de tempo, incluirmos alguns passeios fora de estrada, dias de chuva e lubrificações da corrente, esta zona fica um caos de sujidade. Acreditem, já a encontrei assim e o cenário não é nada agradável e fácil de limpar.
Esta não é só uma questão de limpeza, porque se juntar-mos à limpeza a lubrificação do mecanismo da embraiagem, já estamos a prolongar a vida destes componentes.
Divirtam-se com esta tarefa, tal como eu me diverti
Boas Curvas!